Gestão de resíduos em tempos de pandemia

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A gestão de resíduos se tornou parte fundamental do dia a dia para a preservação do meio ambiente. Muitas áreas procuram novos métodos e destinações para os materiais utilizados, como a construção civil, que hoje privilegia a reutilização e reciclagem dos materiais. 

 

Segundo Lia Demange, gerente de divisão de logística reversa e gestão de resíduos sólidos da Cetesb, o setor de construção tem centrado esforços no estudo das possibilidades de reaproveitamento e reciclagem dos resíduos e, ainda, na criação de negócios relacionados a cadeia da reciclagem. Com essa atitude, os benefícios são inúmeros, como a preservação do meio ambiente, e grande economia e novas oportunidades de negócio para a área da construção civil. 

 

Essa gestão de resíduos no canteiro de obras deve ser realizada de maneira correta, para que seja possível a reciclagem superior a 90% dos resíduos gerados. Nesta etapa, uma alternativa viável é o acondicionamento de resíduos, separando-os por classes e tipos, para que após a coleta sejam encaminhados diretamente às usinas de beneficiamento ou por questões logísticas, transbordados em uma ATT (área de transbordo e triagem) para envio posterior ao destino, o que, aliás, elimina uma etapa custosa e complexa, a triagem pós-coleta. O resultado é a viabilidade da reciclagem, transformando resíduos em novos produtos.

 

Mas e em época de pandemia, como manter essa gestão de resíduos de maneira eficaz e segura? Com o Covid 19 por aí, fica o alerta sobre os perigos do vírus na superfície dos materiais. Não se pode ignorar os efeitos da pandemia, além disso, é mais do que necessário zelar pela segurança e saúde dos colaboradores e da operação. 

 

“Durante a quarentena, o movimento de caçambas estacionárias foi impactado, isto é, o volume de locações foi reduzido e, consequentemente, houve diminuição da quantidade de resíduos recebidos nas ATTs”, revela Rafael Teixeira, diretor da Rafa Entulhos. 

 

Para evitar grandes impactos, foram adotadas normas e procedimentos para a recepção, transbordo e triagem de resíduos da construção civil. Veja quais são eles:

 

  • Estocar os resíduos com o intuito de reduzir o contato dos funcionários com eventuais substâncias presentes nos mesmos quando os resíduos têm ou não procedência, com suspeita de contaminação, resíduos contaminados com vírus, bactérias ou substâncias ofensivas. O tempo de estocagem varia de acordo com a situação. A preservação do resíduo se deve ao fato de aguardar o ciclo de vida do vírus que esteja eventualmente na superfície dos materiais.
  • Treinamento e capacitação dos funcionários visando identificar resíduos ou caçambas contaminadas ou itens que coloquem em risco a saúde dos colaboradores e a operação do empreendimento.
  • Manter o perfil de risco afastado de atividades diretamente ligadas aos resíduos e aos clientes é imprescindível para preservar a saúde dos colaboradores e manter a estrutura mínima de atendimento.
  • Limitar o número de pessoas transitando no espaço da ATT e adotar procedimento para checagem de dados dos visitantes e parceiros.
  • Reforçar a necessidade no preenchimento correto dos dados de origem e do tipo de resíduo.

“A implantação destas orientações poderá ser de grande valia em virtude da comoção pública e da contribuição dos setores de transportes, ATTs e usinas de reciclagem de resíduos da construção civil para a limpeza urbana e a minimização dos custos com asseio e internações hospitalares, resultantes do descarte incorreto de resíduos sólidos urbanos e de construção”, completa Rafael Teixeira. 

Colocando os devidos cuidados em prática, é possível manter a gestão de resíduos ativa de maneira eficaz e muito mais segura para todos. 


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